O tempo
insiste em ser veloz e implacável e traz consigo pesares e saberes que te
constrói pilar por pilar, bloco a bloco, onde você apenas molda cada um com
pequenos detalhes desenhados ao modo decorrido e primitivo. Detalhes que desvalorizam
um valor inapropriado, valor leviano, que te inspira mas não te transpira,
valor vívido sem vivência, sem a poeira entranhada e que disfarça e até maquia
o rugo definido internamente explícito em cada marca transparente de um ser
incompleto por natureza. A complexidade
que você demonstra está completamente fora do seu eu, a complexidade que você
quer ser não corresponde ao ser simplório e insípido que te faz.
Acreditar
que transparecer te faz parecer, é sucumbir na própria eloquência retratada, é
esvair em um ponto final exclamativo de uma interrogação proveniente do sujeito
sem predicados. O que te reluz não tem luz. A essência não se altera conforme
intencionalidades, é apenas da forma que é, a beleza de um quadro não transluz
seu significado essencial.