Faz tempo que não escrevo, faz tempo que não reflito em
notas os pensamentos desapropriadamente meus, os sentidos dessentidos pluralmente
ressentidos. Tempo que não exponho intrinsecamente palavras desajustadas de
vontades desamarradas, que não observo em rascunho, que não enxergo ao olhar
próximo, que não deflagro em metáforas palavras não ditas, algumas apenas
presumidas. Há tempo que me esqueci de sabores sobrevividos, do frio apropriado,
das falácias cotidianas, do querer indevidamente certo, do querer apenas, do
tempo em que o tempo era mais que o tempo.