O que você poderia ser? O que gostaria de ser? O que te
faria ser esse tal ser? E o que não faria? Desde quando você busca isso? Até
quando essa busca existirá?
Muitos vivem nesse ritmo de perguntas próprias e
inapropriadamente impróprias que aparentemente são findadas com as respectivas
respostas, com as tais resoluções individuais e totalitárias. Focalizam num tal
objetivo único plurificado onde a insolução se torna fracasso, incompetência,
em que a transformação, a mutação seja contínua e drasticamente repentina,
provocando o reestabelecimento de todo o âmago no variar dos segundos. A busca
se torna cada dia mais insensível, friamente calculada, à beira da frigidez
completa, em que o alcançar é o ponto final de cada interrogação. A pontuação
se torna mais importante que o próprio teor, a busca pelo pontuar é mais
agradável que o que antecede, que o transitório.
Descobrir aquilo que se é, o que se pode ser, é o que move e
provoca um novo mundo. E o que difere cada ser é exatamente a peculiaridade de
cada perspectiva, onde ritmar a busca e a definição da meta entre teor e
simplesmente pontuar é o que faz o entendimento ou não de que se é aquilo que
se é, ou aquilo que se quis tornar. Aceitar não é conformidade, é entender que
a personificação de um ser próprio é completamente diferente da compreensão, é
perceber a linha tênue que separa a transformação da mutação.
Aquele que não entende ou não visualiza as sutilezas
intrínsecas de si, jamais perceberá ou será capaz de conviver com as de outrem.
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