Descobri que só precisava escrever, que só precisava dizer, mesmo que nada tivesse de haver, descobri que poderia deixar me acometer, me levar e dedilhar por essas finas inobservadas linhas, deslizar nas letras suavemente abrasivo, e que nada mais poderia ser tão invasivo e sem pudor de mim mesmo, que nada seria mais explicito do que o instante de pensamentos implícitos devidamente desorganizados e que nenhum outro momento como esse diria tanto sem se entender absolutamente nada.
Descobri que não tenho, que não preciso descobrir nada, que basta apenas permitir acontecer, que o necessário nem sempre se faz necessário, porque quando você mais procura o porquê é exatamente quando menos ele se torna presente. O explicativo é subjetivo e o meu querer bem mais efusivo.
Através do passeio por estas letras me decaio sobre algumas notas desenhadas e de tom similar, é aí que então, oriundo de um sentido qualquer, me proporciono o encaixe sonoro das pausas e me represento dentro de parágrafos rabiscados de pensamentos múltiplos de indizeres.
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