quinta-feira, 8 de maio de 2014

Enredo

Aquele primeiro momento em que nenhum de nós acreditou que poderia ser, naquele instante em que ignorávamos todos os nossos sentidos aos berros, e desacreditadamente nos aproximamos, sem saber iniciávamos ali nossa história. Nada de conto de fadas, muito menos uma comédia romântica, mas uma história de enredo próprio, sem autorias, créditos ou coadjuvantes, há apenas nós dois, protagonistas sem personagens, atores de si.

Vivemos de nós em nós, escrevemos cada linha de uma vez, cada trecho de forma desapropriadamente própria a nós, iluminamos cada ponto da maneira que enxergamos, mesmo que não consigamos ver nada, damos a entonação merecida a cada olhar, cada fala no seu indevido lugar, porque sabemos que ao sabor do toque iremos entender começo, meio e fim.


A cada nova escrita, a cada revisão de enredo, a cada nova atuação percebemos que a história na verdade nunca teve começo e nem fim, que na verdade essa história sempre esteve escrita de alguma forma e que a cada página transcrita haverão várias outras em branco. Se não teve começo, nunca terá fim.

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