segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Parabéns?



Nas parabenizações anuais, qual a margem de real identificação com os desejos direcionados? Qual o grau de empatia de fato sentida? Qual o verdadeiro sentimento implícito presente naquela breve ou longa descrição explicitada?
Parabenizar alguém por mais um ano de vida é de fato reconhecer que apesar de parecidamente diferente o outro ser merece felicitação por conquistar mais um ano em suas lutas diárias, através de seus erros e acertos, de suas qualidades e máculas entranhadas, é reconhecer que mesmo na discordância, na distância, no eventual dissabor existe a constatação do êxito, da humanização do outro ser através da nossa.

Será que sempre sentimos tais desejos? Será que sempre queremos desejar tal coisa? Ou será que somos simples párias? Será que sabemos ou somos capazes reconhecer tal humanização? Ou será que somos apenas condicionados às convenções sociais? Será que não demonstramos apenas aquilo que queremos enxergar em nossa auto-observação, buscando, na verdade, um reflexo daquilo que achamos que os outros veem de nós? Ou será que não somos apenas um produto daquilo que os outros esperam e que tentamos desvirtuadamente estampar nas redes DISsociais? Parabenizo ou mecanizo?

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