Hoje acordei mais largo, não no sentido físico, até porque
estou bem longe disso, não que eu não faça por onde, mas acho que é a genética
que atrapalha. Mas largo de sentimento, feliz. Num primeiro instante me
indaguei, ‘estou esperando ou recebi alguma notícia boa? Do tipo, aumento de
salário, ganhar um premio... ’ – mas descobri que não era nada disso, comecei a
lembrar de ter sonhado durante a noite e que havia sido um sonho muito bom,
lembrei que sonhei com você, e quando me virei você estava ali ao meu lado.
Então, não foi sonho, é um sonho, é uma realidade.
Essa mistura tem mostrado que cada dia é único, que cada
declaração de amor que se faça é singela demais, que cada momento é rapidamente
finito, principalmente aqueles em que debatemos sobre a pedagogia, da qual você
se fascina e eu só sei o que seu texto acabou de me dizer, mas ainda sim eu me
acho o bacharel no curso, ou quando você cria palavras que matam totalmente o
português, mas faz só pra fazer graça – e ai de mim se recriminar - quando eu
me faço de carente pra ganhar aquele cafuné que você não tem a menor paciência
de fazer, mas que adora receber. Esses momentos são aqueles que permitem
descobrir que não existe uma fina linha entre amor e ódio, e sim uma muralha da
China com sentinelas armados a cada metro e que esse muro não nos afasta de
nenhum dos lados, ele te mantém dentro de um deles, e que temos as opções de arriscar
ou conformar. Ainda bem que eu arrisquei, porque desse lado do muro a visão é espetacular.
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