E se você descobrir que precisa de amor e não tiver, se gostar e sentir como se não conseguisse viver sem? E se você moldar sua vida em torno dele e ele desmoronar? O mundo parece não ter mais chão, eterno abismo. As mãos tremulas de ansiedade não tem lugar, o olhar se perde em meio a tudo e todos como se buscasse alguém sem a pretensão de ver ninguém, os pensamentos se multiplicam e esvaem na mesma fração de segundo, o coração inquieto não sabe se bate cada vez mais forte ou se para de uma vez. A cada esquina cruzada um vulto se faz presente e se torna ausente, como se todos fossem um só ser, como se a imagem refratasse da mente. Perder um amor se transforma em como perder um órgão, em como morrer, a diferença é que a morte tem fim, mas isso parece durar pra sempre, a falta, a dor é constante e vem repentina. O corpo suplica piedade e compaixão, sem forças suficientes pra ter uma reação ou levante, o colorir agora desbotado, o sorrir agora magoado, o esplendor do sentimento transformado em horror sem seu consentimento.
Até se descobrir que o ar é ainda mais importante, que dá pra viver a cada instante, que a luz do dia não se apagou tanto assim. As lágrimas já não correm mais, a vontade de ligar já deixou em paz. Descobrir que nada desmoronou de verdade, tudo continua intacto e que como todos os outros machucados esse vai fechar também e se viverá muito bem.
Não é que viver só seja um novo caminho a seguir, a perseguir, mas talvez também possa descobrir que o que falta é se descobrir, alavancar os próprios alicerces e moldar-se a si. Conhece-te a ti mesmo e nada poderá desestruturar.
O bom é quando descobrimos que a vida é mais importante do esse amor que se foi...
ResponderExcluirMuito legal =)
ResponderExcluirMuito bom. Adoro seus textos.
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